terça-feira, 20 de novembro de 2007

Pedras no caminho...

O distraído nela tropeçou.
O bruto a usou como projétil.
O empreendedor, usando-a, construiu.
O camponês, cansado da lida, dela fez assento.
Para meninos, foi brinquedo.
Drummond a poetizou.
Já David matou Golias,
e Michelangelo extraiu-lhe a mais bela escultura...
E em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem!
Não existe "pedra" no seu caminho que você não possa aproveitá-la para o seu próprio crescimento.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Do virtual ao real das palavras

O virtual é um engôdo,
uma prótese da realidade,
palavras também as são,
reflexos do que a alma é capaz.

Mostre-me de onde vem suas palavras,
abra para mim este seu livro
e em meio as suas páginas desconexas
acrescentarei as minhas linhas.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

"Sê"

Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser uma ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

Pablo Neruda

domingo, 11 de novembro de 2007

Caminhe

Caminhe até Mim
em pequenos passos
tementes e calculados.

Caminhe!
Cada passo a sensação,
a cada pulso o calor
o desejo, a antecipação!
o toque...

Sentir a aflorada de emoções
o doce toque que dispara
o calor que preenche teu corpo.

Caminhe!
É a ordem, minha voz é o grilhão
que a faz dar seus passos.
É o calor que irradia
e razão que a faz caminhar.

Caminhe!

Palavras

Rasga esta página,
sangra essas palavras,
verta esse líquido
viscoso e negro que as compôe.

Mostre-me de que são feitas
finas, pungentes, doces ou amáveis
letras negras que preenchem
moldam e montam idéias e pensamentos.

Sangra-as!
Quero ver de que são feitas.

domingo, 4 de novembro de 2007

Escuro, saber
procurar, sentir
venda-te teus olhos
sente tua pele
pelos toques que te aflora

Dedos que a percorrem
sofrem pelo contato
te estimulam pelo caminhar
rastro marcado
do sangue que aflora

Em seu leve contato
ruborizado tua pele
ao arfar o ar
que quente estava
saindo de sua garganta

Mãos que a percorrem
por todo o sentir
no escuro
sem saber