quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

BDSM e o tempo

Este texto surgiu de uma conversa com um amigo e espero que seja tão útil e reflexivo quanto o foi no dia. Não venho ditar mais regras, já bastam as existentes, e mesmo assim surgem muitas a cada dia. Vamos refletir sobre o tempo.

Como é grande a necessidade da humanidade em ditar o tempo, colocar em números uma expressão que venha representar a experiência, o convívio ou duração de algo. Isso dá dimensão, forma e principalmente, uma percepção mais aguçada do tempo (ou duração) de determinado assunto.

Pois bem, vejo que no meio BDSM não seria diferente, como toda esfera social, a importância do elemento tempo sempre é recorrido como uma forma de destaque. Muitos aproveitam para informar seu tempo de Casa, experiência ou atividades: "Mestre a X anos", "Dom a Y anos" e "submissa por -x anos" são alguns exemplos.

Em um ambiente onde não temos referência comprobatória, é natural recorrermos à palavra empregada por todos e aceitar, pois o respeito ainda é o elemento mais importante para a manutenção do meio.

Mas o que incomoda na verdade são as justificativas feitas sobre o tempo e também as injustificáveis dadas pelo tempo. Seria muito prático justificativas dadas quando se tem pouco tempo de experiência, poucos anos no meio. Por outro lado, como é encarado quando se possui décadas de experiência?

O tempo aqui não deve ser utilizado como padrão de medida. Ele serve apenas aos pseuDoms e Pai-Meis do conhecimento e usufruto em seu ditos propósitos para angariar mais servidores e admiradores ou aos servos para sempre se esquivar de um julgo mais severo. Quem nunca se surpreendeu com a sagacidade de um recém chegado (seja Dom ou sub) no meio e pela perspicácia de suas ações? O tempo no meio foi importante para esse peso? Ou foi algo mais?

Respeito e adimiração surgem daquilo que você faz, do que demonstra e do que é. Simples números não conquistarão fama e exaltação por muito tempo, não dão sustentação quando confrontados com uma situação verdadeira ou necessária. Espero que reflexões assim, surgidas de uma conversa, venham a oxigenar um pouco mais as ditas regras que temos e para sempre existir uma opção de renovação e evolução.

Dedico o texto aqueles que buscam o novo sem desrespeitar e a crescer de olhos e mentes abertos. Aproveitem para conhecer um ótimo blog de meu honrado amigo Dominus Pater (criador da expressão: Pai-Mei do bdsm), com textos relfexivos que valem a leitura e espero realmente a multiplicação de pensamentos oxigenados no BDSM.